Terra e Mar na Baía dos Castelhanos, Ilhabela.

Paula Affonso de Araujo Silva

Mestranda em Antropologia Social pelo PPGAS da UFSCar

As fotos que compõem esse ensaio fotográfico foram tiradas entre os anos de 2018 e 2020 em três comunidades caiçaras da Baía dos Castelhanos, localizadas na face leste da Ilha de São Sebastião, a maior do arquipélago de Ilhabela. São elas: Canto do Ribeirão, Praia dos Castelhanos e Praia Mansa. O território dessas comunidades está delimitado, a partir de 100 metros por cotas altimétricas, como Unidade de Conservação de Proteção Integral, desde a instauração do Parque Estadual de Ilhabela (PEIb), criado em 1977 pelo Decreto N° 9.914. Essa Unidade de Conservação é sobreposta pela Área de Preservação Ambiental e Marinha do Litoral Norte (APAMLN), desde a promulgação do Decreto 53.525 de 2008, regulando também o território marinho, onde somam-se os efeitos da explotação de recursos pesqueiros e a extração de gás e petróleo, realizada pela Petrobrás.

Selecionei cinco fotografias referentes ao uso do mar, todas relacionadas à pesca com cerco flutuante, a mais utilizada na Baía. O cerco flutuante é um petrecho de pesca, uma técnica fixa de captura, que foi difundida no litoral norte de São Paulo em meados da década de 20. Há ainda uma fotografia de Marcelino, pescador da Praia Mansa, tirada em sua casa enquanto conversávamos a respeito dos documentos necessários para ser pescador. E uma fotografia dos moradores mais velhos do Canto do Ribeirão; Dona Celeste, já falecida, e Seu Otávio. 

 

Foto em preto e branco. Na lateral esquerda um homem está apoiado no batente de uma porta, olhando para fora. Suas mãos estão atrás do corpo. Ao centro há uma rede de pesca enrolada e pendurada na parede. Na lateral direita há uma janela, por ela vê-se roupas penduradas no varal e árvores.

Marcelino observando sanhaços em seu quintal. Na parede há uma rede de emalhe, que ele tecia minutos antes. Foto em preto e branco. Na lateral esquerda um homem está apoiado no batente de uma porta, olhando para fora. Suas mãos estão atrás do corpo. Ao centro há uma rede de pesca enrolada e pendurada na parede. Na lateral direita há uma janela, por ela vê-se roupas penduradas no varal e árvores.

 

Foto em preto e branco. No lado esquerdo uma mulher está sentada numa cadeira, ela usa uma camisa de botões e saia estampada até os joelhos, com calça e meias compridas. Seu cabelo é grisalho e está preso atrás da cabeça. Seu olhar está direcionado à fotografa e ela sorri. No lado direito um homem idoso está sentado no chão, com uma almofada apoiando suas costas, suas pernas estão esticadas e suas mãos estão cruzadas e repousando sobre as pernas. Está com um leve sorriso nos lábios. Ao fundo, a parede da casa revela sua construção em pau-a-pique.

Dona Celeste e Seu Otávio, os mais velhos moradores da Baía, em sua casa no Canto do Ribeirão. Foto em preto e branco. No lado esquerdo uma mulher está sentada numa cadeira, ela usa uma camisa de botões e saia estampada até os joelhos, com calça e meias compridas. Seu cabelo é grisalho e está preso atrás da cabeça. Seu olhar está direcionado à fotografa e ela sorri. No lado direito um homem idoso está sentado no chão, com uma almofada apoiando suas costas, suas pernas estão esticadas e suas mãos estão cruzadas e repousando sobre as pernas. Está com um leve sorriso nos lábios. Ao fundo, a parede da casa revela sua construção em pau-a-pique.

 

 

Foto em preto e branco. No terço inferior há uma caixa de transportar pescados na areia da praia. Ao centro, quatro homens estão reunidos em volta de um barco. O céu está nublado e o mar está agitado. Há montanhas no horizonte e um caminho de pedras delimita o espaço dessa praia.

Pescadores se preparam para a última visita do dia ao cerco flutuante. Foto em preto e branco. No terço inferior há uma caixa de transportar pescados na areia da praia. Ao centro, quatro homens estão reunidos em volta de um barco. O céu está nublado e o mar está agitado. Há montanhas no horizonte e um caminho de pedras delimita o espaço dessa praia.

 

Foto em preto e branco. No centro da imagem dois homens estão puxando e esticando uma grande rede de pesca sobre a areia da praia. Atrás deles há uma canoa e dois barcos. Ao fundo o mar está com ondas leves, com sol forte e o céu sem nuvens.

Leandro e Walter estendendo uma rede de cerco sob o sol. Esse processo visa a retirada do limo e ocorre após 15 dias de permanência da armadilha na água. Foto em preto e branco. No centro da imagem dois homens estão puxando e esticando uma grande rede de pesca sobre a areia da praia. Atrás deles há uma canoa e dois barcos. Ao fundo o mar está com ondas leves, com sol forte e o céu sem nuvens.

 

Imagem em preto e branco. Na lateral direita vê-se a proa de um barco navegando, há um remo de madeira encostado num dos bancos. As ondas do mar estão pequenas. No horizonte há uma ilhota e montanhas. O céu tem muitas nuvens.

Retorno à Mansa após visita ao cerco flutuante.Imagem em preto e branco. Na lateral direita vê-se a proa de um barco navegando, há um remo de madeira encostado num dos bancos. As ondas do mar estão pequenas. No horizonte há uma ilhota e montanhas. O céu tem muitas nuvens.

 

No terço superior o céu está limpo. Ao centro vê-se a silhueta de duas pessoas remando uma canoa no mar. A água está calma, com poucas ondas. No terço inferior há uma formação rochosa.

Foto tirada enquanto eu acompanhava Marcelino no processo de entralhe de uma rede de cerco. A canoa vinha da Praia Vermelha, vizinha da Mansa. No terço superior o céu está limpo. Ao centro vê-se a silhueta de duas pessoas remando uma canoa no mar. A água está calma, com poucas ondas. No terço inferior há uma formação rochosa.

 

 No terço inferior há uma armadilha de pesca. Vê-se dois bambus flutuando na água do mar, com uma corda e uma rede de pesca presa neles. O sol está se pondo, há poucas nuvens no céu.

Petrecho de pesca conhecido como cerco flutuante ou cerco de japonês. A estrutura de bambus, chamada rodo, serve para manter a armadilha flutuando. Nessa estrutura prende-se a rede do cerco. No terço inferior há uma armadilha de pesca. Vê-se dois bambus flutuando na água do mar, com uma corda e uma rede de pesca presa neles. O sol está se pondo, há poucas nuvens no céu.