Apresentação

Em 2013, o Arquivo Edgard Leuenroth (AEL) realizou um mapeamento das fontes sobre a História da África e dos movimentos sociais negros em seus diferentes fundos e coleções. A iniciativa foi suscitada pelo reconhecimento de pesquisas individuais realizadas no acervo que demonstravam a riqueza e o pouco conhecimento dos documentos sobre os temas destacados, bem como pela consulta limitada a conjuntos cedidos ao AEL e adquiridos com recursos de projetos desenvolvidos pelo Centro de Pesquisa em História Social da Cultura (CECULT) e Programa FAP-Livros da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). A listagem resultante deste levantamento surpreendeu pela quantidade e originalidade. De origem variada, esses documentos foram levantados e discriminados pelo projeto Fontes para a história da África no acervo do Arquivo Edgard Leuenroth: repertório documental, 1711-1972, cujo objetivo é divulgar as fontes sobre a História da África no acervo do AEL por meio de um instrumento de pesquisa que pretende estimular a realização de estudos sobre os passados africanos. 

 

Crianças de Angola, s.d. Fundo Voz da Unidade  Políticas Internacionais Fotografia 00135  (frente e verso) Angola.


1. Crianças de Angola (frente e verso)

 

A exposição Moçambique: independência e nação no acervo do AEL tem como objetivo divulgar, a partir de uma possibilidade de interpretação, as preciosas fontes da História contemporânea de Moçambique sob a guarda do AEL. No acervo destacam-se dois fundos que reúnem documentos sobre a História contemporânea de Moçambique: Luis Carlos Prestes e Teatro Oficina. No total de mais de 11 metros lineares que compõem o primeiro fundo há um precioso conjunto documental composto por fontes sobre os processos de independências na África, a atuação da Frente Nacional de Libertação de Moçambique (FRELIMO), movimentos sociais, projetos culturais, etc. Alguns destes registros são ainda hoje de acesso restrito em arquivos africanos. O fundo Teatro Oficina abriga uma série de documentos sobre o projeto Cinemação, realizado em Moçambique na fase de criação do Instituto Nacional de Cinema (INC), além de cópias e registros da produção do filme de longa-metragem “25”, resultante da parceria entre o INC e o grupo Oficina. Filmado em Maputo, retrata a “Festa da Independência de Moçambique”, proclamada no dia 25 de Junho de 1975.

Nosso intuito é o de divulgar essa vasta documentação e fomentar novas pesquisas sobre o período, contribuindo para o campo de produção acadêmica e educacional realizado no Brasil sobre os passados africanos. Em sua versão virtual, ampliada em relação a versão física exposta no AEL, imagens e textos estão disponíveis para serem empregados como recursos didáticos. Exemplificando essas possibilidades, também podem ser encontrados dois planos de aula como inspiração ou roteiros para discussão de temáticas suscitadas pela análise das fontes sobre as independências das ex-colônias portuguesas na África e, mais especificamente, Moçambique, numa perspectiva ampla da História contemporânea da África.

 

Na imagem, uma criança com punho levantado, em cima de um monumento quebrado na ocasião da revolução com o Brasão de Portugal.


2. Punho em riste e a vitória da independência sobre as ruinas da colonização. Cena do filme "25"

 

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